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Foto do escritorNatália Gondim

⦿ I ⍲m a hum⍶n b⍷ing ⍡

Atualizado: 24 de set.

O processo criativo por trás da música "I am a Human Being", criada por Pedro Bessa, meu amigo desde a época em que cursávamos Relações Internacionais no Rio de Janeiro, é uma jornada intensa que conecta diferentes culturas e histórias.


A canção apresenta uma visitante do planeta Terra, confrontada com um mundo repleto de divisões, desigualdades e tensões. A obra da cineasta palestina Larissa Sansour serve como inspiração visual e emocional, explorando a relação entre povos e seu espaço na Terra, refletindo uma das feridas mais antigas e ainda abertas da humanidade.



Esses conflitos refletem as dificuldades humanas em coexistir, separados por fronteiras, cor da pele, religião e sistemas econômicos que incentivam a exploração e o distanciamento entre povos. A divisão racial ganha destaque na cena de "Ó Pai, Ó", onde Lázaro Ramos interpreta um trecho de "O Mercador de Veneza", de Shakespeare, adaptando o texto original que abordava a discriminação antissemita na Inglaterra e continente europeu, há quatro séculos.


O videoarte também reflete a visão de mundo dos povos indígenas, explorando o impacto devastador da colonização. A invasão de terras e a imposição de sistemas capitalistas são apresentadas como rupturas violentas com modos de vida profundamente conectados à terra e à espiritualidade.



Outro ponto marcante é a busca pela libertação, expressa através da canção dos Tincoãs, que compara a individuação ao desabrochar de uma flor em Luanda, remetendo ao filme "Sambizanga", que retrata a luta pela independência de Angola.


A música e o vídeo, editado por Natália Gondim, exploram também o elo do amor que une os seres humanos e sua relação com o local de origem. As imagens mostram como muitos conflitos forçam populações a migrar, buscando refúgio e segurança, enquanto guerras separam famílias e vidas ao longo da História.


O videoarte é composto por arquivos de filmes justapostos ao movimento de neurônios em neuroplasticidade, simbolizando a transformação ao experimentarmos novas conexões, uma metáfora do eterno movimento de morte e renascimento da vida, ainda que em meio às adversidades da humanidade.


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Natália Gondim (⍭⍜t⍷m)


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